domingo, 4 de julho de 2010

Símbolos da Contabilidade

    Quando na formatura da 1ª turma de Ciências Contábeis da Universidade do Estado da Bahia - UNEB - Campus VII - Senhor do Bonfim, foram levantadas várias dúvidas sobre cores e símbolos da curso de contábeis, diante disso, achei interessante para as futuras turmas, fazer um post sobre o assunto.

ANEL DO CONTABILISTA
  
PEDRA: Turmalina rosa clara, ladeada de diamantes.




    De um lado o caduceu de mercúrio, que é a insígnia do deus do comércio (bastão que representa o poder; com duas serpentes trançadas, simbolizando a sabedoria e o capacete com duas asas que representam atividade e diligência). Do outro lado, as tábuas da lei, com a legenda "Lex".
     Atuando em uma das mais antigas profissões do mundo (a Contabilidade já era exercida na Suméria há quase 6.000 anos), o contabilista também criou o seu anel.
     O anel do profissional da Contabilidade simboliza e exterioriza o compromisso, a aliança, a união do profissional com o conhecimento científico contábil, o campo do saber, e sua disposição de aplicá-lo em benefício da comunidade em que vive, engrandecendo e valorizando sua profissão, e enaltecendo sua pátria.
    O anel do contabilista é um agregado de símbolos que deve sugerir ao seu portador lembranças importantes, relativas ao desempenho profissional específico de sua área, não havendo distinção entre o anel do Contador e do Técnico em Contabilidade.
     Símbolos não são normas compulsórias, a não ser, quando integrantes de um complexo interpretativo como os idiomas e os teoremas.
    Símbolos são lembranças de conceitos.
    Diz um antigo ditado que um símbolo vale mais que cem palavras.
    Sendo um objeto identificador de cultura e habilitação para o exercício da profissão contábil, seus símbolos inspiram significações nitidamente sociais, ligadas à lei e à proteção dos que desempenham atividades, visando cumprir finalidades humanas produtivas, em favor próprio e da sociedade.
    A tábua da lei, o caduceu, a pedra rosa forte e os brilhantes são símbolos de qualidades culturais da profissão que lembram os deveres do contabilista como colaboradores e geradores de informações no cumprimento do direito, como guardiões da riqueza nas atividades produtoras da satisfação das necessidades humanas e sociais.
    Ele se explicita à sua condição, traz-lhe a subserviência às normas científicas e a vinculação do seu comportamento aos preceitos da ética e da moral.
    Nas profissões, os anéis representam os graus que conseguimos, ou seja, evidenciam que nos qualificamos em determinado campo do conhecimento.
    Como a aliança representa a constituição matrimonial, e os escudos representam as agremiações ou entidades, da mesma forma, os anéis são peças representativas, e enquanto "anéis de grau" identificam as profissões que dependem de estudos.
    No Brasil, ele vem desde o tempo dos "peritos-contadores" (há mais de 50 anos), e desde seu aparecimento possui as seguintes características:
  • A. estrutura em ouro;
  • B. pedra principal na cor rosa forte (rubislite);
  • C. ladeando a pedra principal, dois brilhantes, um em cada flanco;
  • D. em uma lateral, a tábua da lei em platina ou ouro branco;
  • E. em outra lateral, o caduceu estilizado em platina ou ouro branco.
     Classificada como semipreciosa, ela possui estrutura hexagonal, apresenta índice de 7,5 a 8 na escala de dureza de Mohs (que varia de 1 a 10).
    O nome "rubislite" vem da Escócia, do termo "rubislaw" e foi dado por Heddle em 1879. A cor eleita provém da semelhança com a do Direito - o rubi - dadas as ligações doutrinárias que no início do século existiam entre a Contabilidade e o Direito, a ponto do anel ter de um lado a Tábua da Lei, e do outro, o Caduceu.

CADUCEU 


  • ASAS: Símbolo da diligência, ou seja, a presteza, a solicitude, a dedicação e o cuidado ao exercer a profissão.
  • ELMO: Peça de armadura antiga que protegia a cabeça. Significa a proteção aos pensamentos baixos que leva a ações desonestas.
  • BASTÃO: Simboliza o poder de quem conhece a Ciência Contábil, que tem por objeto o patrimônio de quaisquer entidades.
  • SERPENTES: Simbolizam a sabedoria, isto é, o quanto se deve estudar antes de agir, para escolher o caminho correto e ao mesmo tempo mais vantajoso para o cliente.
     Formado por duas serpentes acasaladas sobre um falo em ereção, o caduceu é uma das mais antigas imagens indo-européias. Espiritualizado, esse falo de Hermes, chama se psicopompo penetra.Seria a representação do simbolismo da fecundidade.
     Segundo o esoterismo budista, particularmente o ensinamento tântrico, o bastão do caduceu corresponde ao eixo do mundo, e as serpentes, à Kundalini, essa força que dorme enroscada em espiral na parte inferior do dorso humano, e que se eleva através dos chakras sucessivos até acima da fontanela (ou moleira), símbolo da energia pura, que anima a evolução interior do homem.
     Símbolo dos mais antigos, cuja imagem já se pode encontrar gravada na taça do rei Gudea de Lagash, 2.600 anos a.C., e sobre as tábuas de pedra denominadas, na India, nagakals.
    O caduceu representa também a ciência médica.
     A lenda do caduceu relaciona-se ao caos primordial (duas serpentes lutam) e à sua polarização (separação das serpentes por Hermes), sendo que o enrolamento final ao redor da vareta realiza o equilíbrio das tendências contrárias em torno do eixo do mundo, o que leva por vezes a se dizer que o caduceu é um símbolo de paz.
     A serpente possui esse duplo aspecto simbólico: um deles, benéfico, o outro, maléfico, dos quais possivelmente o caduceu apresenta o antagonismo e o equilíbrio; esse equilíbrio e essa polaridade são, sobretudo, os das correntes cósmicas, representadas de maneira mais geral pela dupla espiral .
     Todavia, o caduceu só adquire seu sentido completo na época grega, quando as asas passam a encimar as duas serpentes: a partir desse momento, o símbolo torna-se uma síntese ctono-uraniana, transcendendo suas origens, o que leva à evocação dos dragões alados chineses e da representação do deus asteca Ouetzalcoatl, o qual, após seu sacrifício voluntário, renasce, através de uma ascensão celeste, sob a forma da serpente emplumada.
     Esse combate pode simbolizar a luta interior entre forças antagônicas, de ordem biológica ou de ordem moral, que compromete a saúde ou a honestidade de um ser.
     E assim é que, entre os romanos, por exemplo, o caduceu representa o equilíbrio moral e a boa conduta: o bastão representa o poder, as duas serpentes, a prudência, as duas asas, a diligência, e o capacete, os pensamentos elevados.
     Efetivamente, o que define a essência do caduceu é a própria composição e a síntese de seus elementos. Ele evoca o equilíbrio dinâmico de forças opostas que se harmonizam para constituir uma forma estática e uma estrutura ativa, mais altas e mais fortes.
     No entanto, o caduceu permanece como o símbolo da enigmática complexidade humana e das possibilidades infinitas de seu desenvolvimento.
    O caduceu é portanto o símbolo privilegiado do equilíbrio psicossomático.

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