O novo Código Civil, em seu artigo 966 define empresa como atividade econômica organizada onde são desenvolvidas atividades para a produção ou a circulação de bens ou serviço. Essa atividade econômica pressupõe a intenção de lucro e continuidade (BRASIL, 2002).
Para Padoveze (2007, p. 13):
A empresa é um sistema em que há recursos introduzidos, que são processados, e há a saída de produtos ou serviços. Uma empresa é considerada um sistema aberto em razão de sua interação com a sociedade. Esta interação provoca influência nas pessoas, aumento nos padrões de vida e desenvolvimento da sociedade.
Catelli (2007, p. 38) define empresa como sendo “[...] um conjunto de elementos interdependentes que interagem entre si para a consecução de um fim comum, em constante inter-relação com seu ambiente”.
As empresas enquanto organismos econômicos se ordenam a fim de satisfazer as necessidades dos indivíduos, fornecendo a eles produtos e/ou serviços, mas também detêm de um objetivo próprio que é obter lucro. Ou seja, a empresa enquanto célula social age como órgão de crescimento e desenvolvimento econômico, transformando as necessidades da sociedade em oportunidades lucrativas (drucker, 2006).
Desde seu surgimento, na antiguidade com a produção de forma artesanal, as empresas passaram por diversas mutações de ordem organizacional e jurídica, ocasionadas principalmente pela Revolução Industrial, o que provocou grande impacto econômico e social no processo produtivo destas.
Atualmente estas organizações vivem num cenário de riscos, pois o ambiente externo das empresas é caracterizado pela alta competitividade gerada pela globalização de mercados, já que neste caso a concorrência para a conquista de clientes é aumentada. Assim, a empresa atual é caracterizada por ser aquela que está sempre à procura de mecanismos que lhe torne e mantenha competitiva no mercado, a fim de gerar riqueza para a entidade e para o meio no qual está inserida.
Para tanto, conforme Rapozo (2004, p. 42) no que tange a estas células sociais “Torna-se vital para sua sobrevivência uma melhor organização e estruturação de seus processos, mediante a criação de mecanismos de controle, planejando as ações”, ou seja, utilizar-se de forma eficiente e eficaz dos instrumentos de gestão para tornar-se competitiva e dinâmica, a fim de que sua manutenção no mercado esteja garantida. Assim, as empresas conseguem atingir seus objetivos de continuidade e lucratividade, sem deixar de lado os interesses da sociedade.
Conforme Marchiori (2002, apud Moraes, Terence e Filho, 2004, p. 31):
Pode-se considerar a gestão como um conjunto de processos que englobam atividades de planejamento, organização, direção, distribuição e controle de recursos de qualquer natureza, visando à racionalização e à efetividade de determinado sistema, produto ou serviço.
Acerca da gestão empresarial, Franco (1996, p. 383) diz que são “[...] os atos praticados pela administração, somados àqueles que, embora não praticados por ela, modificam o patrimônio da entidade”.
Mais detalhadamente, Catelli (2007, p. 57) discorre sobre gestão empresarial da seguinte forma:
A gestão caracteriza-se pela atuação em nível interno da empresa que procura otimizar as relações-recursos-produtos/serviços, considerando as variáveis do ambiente externo e interno que impactam as atividades da empresa, em seus aspectos operacionais, financeiros, econômicos e patrimoniais.
Assim, pode-se tratar gestão como o conjunto de ações direcionadas para o atingimento dos objetivos do objeto gerido, que no caso da gestão empresarial são objetivos primordiais o alcance do lucro e continuidade das entidades. Os gestores podem se utilizar de diversos instrumentos para direcionar uma empresa, sendo que um dos principais instrumentos é a Contabilidade.
A gestão da empresa é responsável por sua dinâmica, pela qualidade de suas respostas ao ambiente em qual está inserida, por manter um equilíbrio em sua estrutura funcional e pela definição de seus objetivos (CATELLI, 2007).
A forma de gestão de cada entidade é flexibilizada de acordo com as peculiaridades da mesma, como por exemplo, porte da empresa, ramo de atividade, região onde está localizada, ou seja, atender às demandas internas e externas relativas às especificidades da entidade. Conforme Koenes (1993 apud Barbosa 2006, p. 28):
Nem todas as pequenas empresas devem seguir as mesmas estratégias. Também não é necessário aplicar a mesma estratégia a todos os produtos ou serviços de uma mesma empresa. Significa que cada estratégia deve responder as condições internas e externas, a cada empresa em particular. Faz parte das condições internas, dentre outros: pontos fortes e fracos, estrutura e capacidade financeira, objetivos pessoais do dono, valores imperantes na cultura da organização. Quanto às condições externas, tem-se: situação do ambiente, mercados e suas tendências, problemas e oportunidades, competidores, dentre outros.
Logo, acredita-se que no caso das micro empresas, um tipo de empresa tão peculiar no país, que detém de uma inquestionável contribuição sócio-econômica, é necessário também adotar uma forma específica de gestão de acordo com as suas características e necessidades. Para tanto se destacará seus aspectos jurídicos, sociais, econômicos e financeiros a partir deste momento, a fim de enfatizar a tipicidade destas, bem como a necessidade de aplicação da Contabilidade como instrumento de gestão nestas entidades.
Autora: Ana Paula Alves Santana
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