quinta-feira, 24 de junho de 2010

A inversão dos papéis do contabilista

A Contabilidade é uma ciência social que estuda o patrimônio da entidade e tem como função controlar e registrar os atos e fatos contábeis. Sendo ela um dos elementos mais importantes para a gestão da empresa e deve ser feita para atender os interesses de seus usuários, gerando informações úteis para a administração da empresa principalmente para o processo de tomada de decisão. Este seria o real papel do profissional contábil, porém, uma inversão de funções está transformando o contabilista em um “prestador de informações fiscais”.

São tantas as obrigações acessórias impostas pelo fisco que o contabilista passou a dedicar grande parte de seu tempo, em função das mais diversas declarações, muitas vezes com informações repetitivas e multas elevadas em casos de omissões ou erros de preenchimento, isto sem falar ainda das constantes intermitências dos servidores dos entes governamentais, que conseguem levar estes profissionais ao nível extremo de stress.


E é graças ao trabalho destes tão desvalorizados profissionais que o governo obtém arrecadações recordes mês após mês. Muitos veem os profissionais contábeis, como “meros escriturários ou darfeiros” esquecendo que essa profissão é a coluna do progresso da sociedade.


O que esperar em país onde nem mesmo o governo dá o devido valor a esta sofredora classe? Onde para lhe conceder um benefício tributário exige uma contraprestação, que para serem optantes pelo Simples Nacional são obrigados a atenderem os MEI’s gratuitamente. Não deveria existir um tratamento igualitário para todos os seguimentos? Está em tramitação no Senado o projeto de Lei n° 567/08 de lavra da Senadora Ideli Salvatti, que dispõe sobre a inclusão de mais profissionais regulamentados no Simples Nacional. Mas, será que o projeto prevê a obrigação das clínicas de dentistas, médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, aos escritórios jurídicos, de arquitetura, de engenharia e outras tantas profissões regulamentadas a prestarem
Serviços e com a mesma relação de “cunho social”?
 
Recentemente convivemos com a presepada da prova de direito do ENADE (elaborada por entidade ligada ao governo), que trouxe uma questão onde um contador orientava seu cliente a fraudar a ordem tributária. É lamentável que muitos ainda veja os contabilistas como identificadores de problemas, ou como intermediadores entre o cliente e o agente fiscal em situações de fiscalização, ou ainda como mentores de crimes fiscais. Mais lamentável ainda quando tal visão vem de um órgão governamental. Os contabilistas não são superiores a nenhuma outra classe profissional, porém, vale ressaltar mais uma vez a sua grande importância no contexto social desta nação.

Precisamos demonstrar à
Sociedade o real papel do profissional contábil, que além de procurar solucionar problemas é ele também que fornece as informações importantes aos administradores, passando a ser uma peça fundamental para a sobrevivência das organizações. Devido às constantes mudanças na legislação e regras impostas pelo fisco, o contabilista passou por uma revolução digital devendo estar constantemente atualizado, para oferecer a qualidade e a eficiência na elaboração das informações, usando a ética como uma ferramenta fundamental no desempenho profissional.

Fonte: Rafael Cardoso de Lima

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