O mais recente caso de quebra de sigilo envolvendo a Receita Federal do Brasil colocou mais uma vez em debate a imagem negativa da profissão transmitida pela imprensa. "De forma inconsequente, o título de contador vem sendo utilizado para qualquer tipo de atividade, deliberadamente", destaca o presidente do SESCON-SP, José Maria Chapina Alcazar, lembrando que o usuário dos serviços pode verificar a regularidade do profissional no conselho regional onde ele é registrado.
"Inadmissível ver a contabilidade maculada quando ela é confundida com outras atividades ou ainda quando é exercida por leigos", argumenta ele, reforçando que, no caso da RFB, a nomeação foi dada erroneamente. "A responsabilidade por omissão é do contribuinte, já que é ele quem fornece dados para a elaboração das declarações", afirma.
O líder setorial critica, ainda, declarações de alguns políticos, treinadores, jogadores de futebol e empresários, que culpam o contabilista por fraudes ou sonegação de impostos e informações. "Os bens são declarados pelo especialista com base nos dados fornecidos pelo contribuinte, que, portanto, tem toda a responsabilidade em casos de omissão", ressalta o empresário.
O termo "Contabilidade do tráfico" e outros similares, largamente utilizados em matérias e reportagens em referência a anotações, cadernetas ou papéis de traficantes, também é mencionado por Chapina Alcazar como forma de desqualificação. "Desde quando pagamento de propina, acertos de corrupção, féria do dia da venda de drogas ou aquisição de armamentos podem ser considerados parte de uma ciência relevante como a contábil?", indaga ele.
A imagem do empresário ou do profissional do segmento sempre atrelada a trambiques, desvios de dinheiro ou de caráter em algumas novelas, filmes e seriados é lembrada pelo líder setorial. "A Contabilidade é uma ciência nobre, regulamentada por lei, que auxilia diariamente o desenvolvimento da maioria dos negócios no País, independentemente de seu porte, ramo de atividade ou natureza jurídica", argumenta ele, frisando que a profissão hoje é abraçada por mais de 410 mil brasileiros.
Diante desse cenário, o SESCON-SP e as demais entidades congraçadas da contabilidade paulista decidiram, por unanimidade, criar um conselho de vigilância permanente, centralizado no CRC SP, para identificar, apurar e lutar contra injustiças e difamações à atividade. "Toda essa leviandade deve ser freada e a categoria está unida para buscar o resgate e valorização da profissão contábil", finaliza.
Fonte: Sescon-SP
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